Judas Iscariotes, o apóstolo que, segundo o Novo Testamento, entregou e traiu Jesus Cristo, não tem, precisamente por essa razão, o estatuto de «santo» no rol hagiológico da Igreja Católica. Daí que a referência irónica do título tenha aqui apenas um único propósito: chamar a atenção para a singularidade de um dos vitrais da igreja paroquial de Castelões de Cepeda, precisamente aquele que representa a personagem «maldita» da Última Ceia . Nessa composição figurativa, Judas aparece com a sua «inseparável» bolsa dos dinheiros, com a veste manchada, mas também com a auréola, ou halo, a envolver-lhe a cabeça, sendo este último elemento, de facto, aquele que mais pode destoar ou surpreender o visitante. Como é sabido, ainda que com origens pagãs, ou anteriores ao cristianismo, o aro dourado , também chamado auréola ou halo, transformou-se, entretanto, num «dos símbolos ou atributos gerais da iconografia cristã, com o qual se distinguem as imagens sagradas das profanas» (GEPB, Vol. 2, p.72...
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