Paredes e a Patuleia (1846-1847)

A chamada «Guerra da Patuleia» (1846-1847) não teve dimensão comparável à Guerra Civil que deflagrara entre 1832 e 1834. No entanto, aquela derivou em grande medida desta. Os intervenientes políticos e militares acabaram por ser praticamente os mesmos, mas assentando a particularidade e originalidade dos acontecimentos de 1846-47, no facto de os outrora opositores e adversários, estarem agora «unidos» contra um inimigo comum: o «cabralismo». Na sequência da revolta minhota da Maria da Fonte, no dia 20 de Abril de 1846, o governo em funções é derrubado e o seu chefe, António Bernardo da Costa Cabral, forçado a refugiar-se em Espanha. A rebelião findou ali, mas as disputas pelo poder iriam continuar, protagonizadas por políticos e por militares, sobretudo por aqueles que eram as duas coisas. As principais facções dividiam-se entre os defensores da Constituição de 1822, ou setembristas (repartidos entre moderados e radicais ); os apologistas da Carta Constitucional de 1826, ou cartistas...