Amas de Criação do Concelho de Paredes (1836-1846)

A chamada Roda dos Expostos, ou dos Enjeitados, consistia numa plataforma giratória feita de madeira ou metal, embutida na parede de conventos, misericórdias ou asilos, onde as mães depositavam, pela calada da noite ou madrugada, filhos recém-nascidos que não podiam criar ou assumir. Embora tais abandonos ocorressem também noutros locais, como à porta de casas particulares ou igrejas, ao longo dos séculos XVIII e XIX, o crescimento exponencial do recurso à Roda conduziu ao drama da verificada sobrelotação dos espaços de acolhimento e incapacidade de dar resposta a tantas solicitações. Para atenuar o problema, houve que recorrer ao acolhimento remunerado, através das chamadas amas de criação – divididas entre as designadas de leite (que amamentavam) ou de seco (após o período de aleitamento, geralmente depois do primeiro ano) –, ou ditas de fora, em referência ao facto de serem externas à instituição.

A coberto da escuridão nocturna, entre soluços e gemidos contidos, era nas «rodas» de conventos e instituições de caridade que muitas mães abandonavam os filhos que não podiam (ou não queriam) criar.

Ser ama de expostos ou, na voz popular, «criadeira», era, na esmagadora maioria dos casos, exercer uma profissão, ou ter uma forma complementar de rendimento, uma actividade reconhecida, incentivada e legislada pelo próprio Estado. Referindo-se às amas do século XVIII na capital, mas transportável para a realidade do século seguinte, Júlio Dantas escrevera: «A Mesa dos Inocentes era o último recurso para o leite mercenário das amas. Algumas delas, para dobrarem a pataca de prata da criação de cada ano, saíam do Hospital Real com duas crianças penduradas dos peitos, levando, para o canto hediondo da sua alfurja de miséria, - a flor de duas vidas. Se alguma das crianças morria, - a Casa da Roda lá estava, chilreando; trilando como um grande ninho: iam buscar outra. Se tinha a desgraça de resistir e de viver, - a criação estava paga até aos 7 anos» (Dantas, 1916:400).

Na centúria de oitocentos, a legislação liberal viria a acabar com alguns dos aspectos abusivos mencionados por Dantas, como o facto de as amas, para acumularem o dobro do vencimento, poderem sair das casas da Roda «com duas crianças penduradas dos peitos». Mas é verificável, de facto, nos exemplos que aqui trazemos, como essas «mães adoptivas» tratavam de fazer novas adopções assim que devolviam à procedência determinada criança a seu cargo – geralmente quando esta se achava com doença grave –, ou até mesmo quando a neófita falecia, sendo muitas vezes substituída por outra no próprio dia do triste desenlace.

As amas tinham, pois, um vencimento que, até ao ano de 1840, rondava, aproximadamente, 37 réis/dia, ou 1120 réis mensais no primeiro ano, e 800 réis/mês no segundo ano e seguintes. Encontrámos, porém, algumas discrepâncias nos números indicados nos assentos, com flutuações ora negativas, ora positivas, mercê de eventuais alterações ou actualizações nos montantes definidos, ou de circunstâncias não descriminadas na fonte. Em 1841, já se anotam valores mensais na ordem dos 1440 réis/mês.

No entanto, também há registo de atrasos e dívidas – por vezes de somas bastante elevadas – por parte da administração às criadeiras. Nalguns casos, as amas chegavam a negociar com a Roda ficarem com a criança em troca do perdão de parte substancial da dívida.

Casa da Roda do Porto (edifício branco) e mercado do peixe, à direita. Ambos os edifícios foram demolidos, existindo hoje, no mesmo local, o (novo) Tribunal da Relação.

Dos livros de Saída da Roda do Porto disponíveis no Arquivo Distrital (Ref. PT/ADPRT/ACD/CRPRT/AE/003), extrairemos as amas de criação identificadas como sendo residentes nas várias freguesias do concelho de Paredes. Este levantamento abarca a primeira década de existência do município, ou seja, de 1836 a 1846. No final, procuraremos retirar dos dados reunidos algumas conclusões.

1836/1837 - Livro n.º 246 (ADP)

Ana Moreira, mulher de José Coelho, alfaiate, residente no lugar do Couto, freguesia de Santa Olaia, ou Eulália, de Vandoma. Recebeu a criança Manuel a 13 de Setembro de 1836, que faleceu sete dias depois. Recebeu também Tomás, a 18 do mesmo, que faleceu a 29.

Ana Maria, viúva, residente no lugar da Venda Nova, Beire. Recebeu Paulo a 12 de Janeiro de 1837, que faleceu 14 dias depois.

Casimira Coelha, solteira, residente no lugar do Souto, Duas Igrejas. Recebeu Ana a 28 de Junho de 1836, que faleceu quatro meses depois.

Custódia Moreira, mulher de António Pereira, jornaleiro, residente no lugar da Travessa, Rebordosa. Recebeu o menino Pantaleão a 30 de Julho de 1836, que um ano depois devolveu à Roda do Porto.

Genoveva Maria, mulher de António da Silva, lavrador, residente no lugar de Pederneira, Gondalães. Recebeu Ivo no dia 17 de Janeiro de 1837, que criou até Agosto do ano seguinte, altura em que a criança fora transferida para outra ama residente em Cedofeita, Porto.

Joaquina de Carvalho, mulher de Francisco José da Cunha, jornaleiro, residente em Insuela, Besteiros. Recebeu Micaela a 21 de Janeiro de 1837, que faleceu a 3 de Fevereiro seguinte.

Maria, solteira, residente no lugar de Eiró, Beire. Recebeu a menina Ana a 19 de Julho de 1836, que faleceu a 5 de Novembro seguinte.

Maria Ferreira, mulher de José de Sousa, lavrador, residente no lugar do Paço, Besteiros. Recebeu a criança Raquel a 5 de Agosto de 1836, que faleceu três dias depois. Recebeu ainda o menino Camilo, a 11 de Agosto do mesmo ano, que, segundo nota breve no final do assento, «consta que faleceu».

Maria de Barros, mulher de Joaquim de Brito, jornaleiro, residente no lugar do Vale, freguesia de Vilela. Recebeu a menina Delfina a 9 de Agosto de 1836, que faleceu quatro dias depois.

1837 - Livro n.º 247 (ADP)

Ana Ferreira, mulher de João Ramos, jornaleiro, residente no lugar da Várzea, Rebordosa. Recebeu a criança Doroteia a 29 de Abril de 1837, que faleceu a 27 de Agosto seguinte.

Ana Nunes, mulher de José da Silva, jornaleiro, residente no lugar da Trigueira, Gondalães. Recebeu a menina Ana a 1 de Junho de 1837, que faleceu cinco dias depois. Recebeu também António a 14 do mesmo mês, que devolveu a 26, provavelmente por estar bastante doente, dado que a criança faleceria a 1 de Julho e seria sepultada no cemitério do Hospital.

Ana Barbosa, mulher de Manuel Ferreira, jornaleiro, residente no lugar da Boavista, Vandoma. Recebeu Basílio a 17 de Junho de 1837, que devolveu quatro dias depois. A criança faleceria a 1 de Julho e seria sepultada no cemitério do Hospital. No dia em que entregou Basílio, Ana recebeu uma menina homónima, que criou durante seis anos. Em 1843, a criança seria transferida para a administração da Roda de Penafiel, deixando de ficar sob responsabilidade da do Porto. Esta indicação - como as demais que se seguem - não significa que a criança tenha deixado de estar com a mesma ama, mas apenas que o seu processo administrativo de adopção passaria a estar confiado a outra entidade (neste caso, de Penafiel), onde poderá ser seguido, a nível documental, o «rasto» subsequente de informações de cada caso.

Joaquina Pacheca, mulher de Francisco José, residente no lugar da Venda Nova, Beire. Recebeu José, a 18 de Maio de 1837, que faleceu onze dias depois.

Maria Joaquina, mulher de Joaquim José, jornaleiro, residente no lugar de Aguieira, Gondalães. Recebeu Silvina a 14 de Junho de 1837, que devolveu a 19 de Julho do ano seguinte. A criança faleceu a 16 de Agosto de 1838 e foi sepultada no cemitério do Hospital.

Rosa Maria, solteira, residente no lugar do Coelho, Cete. Recebeu o menino Gregório a 9 de Maio de 1837 e entregou-o novamente à Roda a 15 de Maio do ano seguinte.

1837/1838 - Livro n.º 248 (ADP)

Ana de Sousa, mulher de João Rodrigo, trabalhador, residente no lugar de Silveiras, Beire. Recebeu Victor a 6 de Novembro de 1837, que faleceu no dia 20 seguinte.

Ana Coelha, viúva, residente no lugar do Coelho, Cete. Recebeu a menina Amália a 15 de Maio de 1838, que faleceu a 18 de Agosto seguinte.

Felizarda Maria, mulher de António Ferreira, jornaleiro, residente no lugar de Monte Ergudo, Vandoma. Recebeu Oliva a 2 de Maio de 1838, que devolveu oito dias depois. A criança faleceria a 18 do mesmo mês, sendo sepultada no cemitério do Hospital. No dia em que entregou a menina, recolheu a criança Bonifácio, que faleceu dez dias depois.

Genoveva Maria, mulher de António da Silva, lavrador, residente no lugar de Aguieira, Gondalães. Recebeu Serafim a 31 de Janeiro de 1838, criou-o até aos 10 anos (limite para receber vencimento) e depois acolheu-o na família.

Joaquina Moreira, mulher de José Alves de Moura, trabalhador, residente no lugar de Mogueira, Mouriz. Recebeu a criança Feliciana a 8 de Novembro de 1837, que faleceu doze dias depois.

Maria Joaquina, mulher de Joaquim Pacheco, trabalhador, residente no lugar da Pedra, Besteiros. Recebeu Margarida a 17 de Abril de 1837, que faleceu em Janeiro do ano seguinte. Nesta altura, recebeu a criança Angélica, que criou até Julho de 1839, devolvendo-a então à Roda. A menina seria readoptada, mas faleceria pouco depois, a 11 de Agosto, sendo sepultada no cemitério do Hospital.

Rosa Maria, solteira, residente no lugar do Coelho, Cete. Recebeu António a 15 de Maio de 1838, que faleceu sete dias depois. No dia em que faleceu António, a ama recebeu o menino Joaquim, que morreu passados três dias.

1838/1839 - Livro n.º 249 (ADP)

Maria Joaquina, mulher de Joaquim Pacheco, trabalhador, residente no lugar da Pedra, Besteiros. Recebeu o menino Gonçalo a 12 de Janeiro de 1839, que faleceu a 2 de Fevereiro seguinte.

1839/1840 - Livro n.º 250 (ADP)

Maria Joaquina, mulher de Joaquim José Nogueira, residente no lugar da Pederneira, Gondalães. Recebeu Gregório a 22 de Novembro de 1839, que devolveu à Roda um ano depois. A criança seria readoptada por uma ama da Sé, mas faleceu a 31 de Janeiro de 1841, sendo sepultada no Hospital da Misericórdia do Porto.

Margarida Ferreira, mulher de António Ferreira, residente no lugar da Torre, Lordelo. Recebeu Deolinda a 17 de Agosto de 1840, que criou durante três anos. Em 1843, a menina passaria para a administração Roda de Penafiel, mas regressaria à do Porto em Outubro do ano seguinte.

1840 - Livro n.º 251 (ADP)

Ana Nunes, mulher de José da Silva, jornaleiro, residente no lugar da Trigueira, Gondalães. Recebeu a menina Rita a 23 de Maio de 1840, que devolveu a 20 de Setembro do ano seguinte.

Ana Coelha de Oliveira, mulher de José Dias de Oliveira, lavrador, morador no lugar do Outeiro, Baltar. Recebeu Maria a 28 de Julho de 1840, mas deixou de poder continuar a criá-la em Junho de 1841. Nesta altura, ofereceu-se para acolher a criança a ama que se segue, também de Baltar.

Eugénia Moreira, solteira, residente no lugar de Fagilde, Baltar. Recebeu a menina Custódia, a 19 de Maio de 1840, que faleceu a 7 de Outubro seguinte. Ter-se-á oferecido depois para criar a menina Maria, acolhida pela ama anterior, mas por alguma razão, não especificada, segundo o assento, «não levou a criança e ficou na Roda». Maria faleceu em Dezembro de 1841 e foi sepultada no cemitério do Hospital da Misericórdia.

Felizarda Maria, mulher de António Ferreira, jornaleiro, residente no lugar de Monte Ergudo, Vandoma. A ama recebeu Bernardina a 31 de Março de 1840, que criou até à sua morte, ocorrida «repentinamente» a 3 de Novembro de 1841. Em face da situação, o pároco entregou a exposta a outra senhora da mesma localidade e que se nomeia em seguida.

Rita de Almeida, mulher de José Moreira Manço, residente no lugar da Chã, Vandoma. Recebeu a já citada criança Bernardina a 5 de Dezembro de 1841, que criou pelo menos até 1843, altura em que a exposta foi transferida para a jurisdição da Roda de Penafiel. Bernardina regressaria ao Porto no ano seguinte.

Joaquina Pacheca, mulher de Francisco José, trabalhador, residente no lugar da Venda Nova, Beire. Recebeu o menino Ezequiel a 13 de Abril de 1840, que devolveu à Roda do Porto a 19 de Julho do ano seguinte. A criança faleceu a 16 de Agosto e foi sepultada no cemitério do Hospital da Misericórdia.

Justina Maria, mulher de José Ferreira Pedra, almocreve, residente no lugar de Vale, Baltar. Recebeu a criança Teresa a 3 de Julho de 1840, que faleceu oito dias depois.

Maria Carneira, mulher de José Pereira, almocreve, residente no lugar da Lapa, Baltar. Recebeu Lucinda a 13 de Abril de 1840, que criou pelo menos durante três anos, até que a criança fora transferida para a jurisdição da Roda de Penafiel.

Miquelina da Silva, mulher de Manuel José de Carvalho, residente no lugar do Outeirinho, Besteiros. Recebeu o menino Victor a 13 de Abril de 1840, que devolveu à Roda a 24 de Agosto do ano seguinte. A criança faleceria a 30 de Setembro, sendo sepultada no cemitério do Hospital da Misericórdia.

Maria Ferreira, mulher de José Joaquim Cabral, carpinteiro, residente no lugar de Ataínde, Baltar. Recebeu Bonifácia a 15 de Maio de 1840, que faleceu a 17 de Julho.

Maria Pereira, mulher de Francisco da Silva, carpinteiro, residente no lugar do Manguel, Bitarães. Recebeu a criança Petronila a 5 de Junho de 1840, que devolveu à Roda a 7 de Setembro do ano seguinte.

Matilde Rosa Moreira, mulher de António Barbosa Pereira, residente no lugar de Troufe, Gondalães. Recebeu Margarida a 11 de Junho de 1840, que devolveu à Roda a 11 de Setembro do ano seguinte.

Vitorina Rosa dos Santos, solteira, residente no lugar do Bairro, Gondalães. Recebeu Carolina a 30 de Abril de 1840, que devolveu à Roda a 30 de Agosto do ano seguinte.

1840 - Livro n.º 252 (ADP)

Angelina Maria, mulher de Manuel Ferreira de Carvalho, jornaleiro, residente no lugar do Outeiro, Baltar. Recebeu Henriqueta a 1 de Agosto de 1840, que faleceu a 8 de Dezembro do mesmo ano.

Ana da Costa, mulher de Laureano Nogueira, criado, residente no lugar do Ribeiro, Baltar. Recebeu a criança Maria a 1 de Setembro de 1840, que faleceu a 15 de Maio do ano seguinte, sendo sepultada no cemitério do Hospital da Misericórdia.

Justina Maria, mulher de José Ferreira Pedra, almocreve, residente no lugar de Vale, Baltar. Recebeu a menina Benta a 13 de Julho de 1840, que faleceu cinco dias depois. No dia em que Benta faleceu, a ama Justina acolheu a criança Maria, que faleceu a 15 de Abril de 1841.

Joaquina Barbosa de Almeida, mulher de António Pacheco, jornaleiro, residente no lugar da Carreira, Gondalães. Recebeu Laura a 21 de Agosto de 1840, que faleceu um mês e dois dias depois. Recebeu Manuel a 24 de Novembro de 1840, mas, a 24 de Fevereiro seguinte, a ama teve de o devolver à Roda por não ter leite para o continuar a criar. [Nota: neste último assento (406) do referido livro (252), a ama aparece nomeada como «Joaquina Rosa de Almeida»]

Luzia Joaquina, mulher de Joaquim da Costa, sardinheiro, residente no lugar de Vila Nova, Baltar. Recebeu Macário no dia 23 de Julho de 1840, que devolveu à procedência a 27 de Agosto do ano seguinte. A criança faleceria a 4 de Outubro de 1841 e fora sepultada no Hospital da Misericórdia.

Maria Ferreira, mulher de José Joaquim Cabral, carpinteiro, residente na Gandarinha, Baltar. Recebeu o menino Alberto a 18 de Julho de 1840, que faleceu sete dias depois. A 28 de Julho, a mesma ama acolhe Samuel, que também acaba por falecer a 20 de Novembro seguinte.

Maria Rosa, solteira, residente no lugar da Figueira da Porta, Baltar. Recebeu Belmiro a 7 de Agosto de 1840, que faleceu a 1 de Agosto de 1842.

Maria da Silva, mulher de José dos Santos, lavrador, residente no lugar de Arrifana, Baltar. Recebeu Ambrósio a 10 de Agosto de 1840, que faleceu oito dias depois.

Rita Martins, mulher de Agostinho Moreira, jornaleiro, residente no lugar do Outeiro, Vandoma. Recebeu a menina Clementina a 28 de Julho de 1840, que faleceu a 20 de Agosto seguinte.

1840/1841 - Livro n.º 253 (ADP)

Ana de Sousa, mulher de Manuel de Sousa, trabalhador, residente no lugar de Quintã, Baltar. Recebeu Emília a 13 de Fevereiro de 1841, que criou pelo menos até a criança ser transferida para a jurisdição da Roda de Penafiel a 4 de Março de 1843. Emília voltaria à Roda do Porto a 23 de Janeiro de 1845.

Ana Maria da Silva, mulher de Joaquim Jorge de Morais, alfaiate, residente no lugar de Sozelo, Besteiros. Recebeu Teófilo a 8 de Março de 1841, que devolveu à Roda do Porto em Março do ano seguinte.

Ana Joaquina, mulher de António José de Morais, alfaiate, residente no lugar de Pederneira, Gondalães. Recebeu a menina Clementina a 8 de Março de 1841, que faleceu 14 dias depois. A 26 do mesmo mês, a ama acolheu Ermelinda, que criou pelo menos até 1851, ano em que a criança é transferida para a jurisdição da Roda de Penafiel.

Ana Moreira, mulher de Anacleto Moreira, jornaleiro, residente no lugar de Guimbra, Rebordosa. Recebeu Rosa a 15 de Abril de 1841, que faleceu 12 dias depois. No dia 28 do mesmo mês, a dita ama acolheu Paula, que faleceu a 18 de Maio seguinte. Neste mesmo dia, recebeu Clementina, que criou até 19 de Maio de 1842, altura em que a entregou à sua mãe biológica, que residia na Travessa das Musas, freguesia de Santo Ildefonso, Porto.

Ana Nunes, mulher de José da Silva, jornaleiro, residente no lugar da Trigueira, Gondalães. Recebeu Francisco a 25 de Maio de 1841, que criou até o devolver à Roda a 4 de Dezembro de 1843.

Joaquina Maria de Sousa, mulher de Custódio Ferreira dos Santos, jornaleiro, residente no lugar do Ribeiro, Baltar. Recebeu o menino David a 8 de Março de 1841, que devolveu à Roda a 25 de Novembro seguinte. A criança estaria bastante doente, uma vez que faleceu pouco depois, a 1 de Dezembro.

Joaquina Bernarda, mulher de José Pinto, jornaleiro, residente no lugar de Pederneira, Gondalães. Recebeu Artur a 25 de Maio de 1841, que devolveu à procedência um ano depois.

Leonarda, enjeitada, mulher de Isidoro, enjeitado, jornaleiro, residente no lugar da Estrada, Vilela. Recebeu a menina Genoveva no dia 12 de Janeiro de 1841, que faleceu a 27 de Abril seguinte.

Luzia da Silva, mulher de José Fernandes, jornaleiro, residente no lugar da Lage, Rebordosa. Recebeu Maria a 3 de Maio de 1841, que criou pelo menos até 27 de Abril de 1843, altura em que a criança é transferida para a jurisdição da Roda de Penafiel.

Maria Coelha, mulher de Joaquim de Brito, jornaleiro, residente no lugar de Noval, Vilela. Recebeu a criança Ricardina a 12 de Fevereiro de 1841, que faleceu a 30 de Novembro do mesmo ano.

Maria Rosa, mulher de Gaudêncio José, jornaleiro, residente no lugar de Ataínde, Baltar. Recebeu Cândida a 12 de Março de 1841, que criou pelo menos até 11 de Abril de 1843, altura em que a menor é transferida para a jurisdição da Roda de Penafiel.

Maria de Jesus, mulher de Joaquim António, tamanqueiro, residente no lugar da Pedra, Besteiros. Recebeu a menina Rosa a 5 de Abril de 1841, que criou até 13 de Setembro de 1842, altura em que a criança seria entregue em casa da mãe biológica.

Maria Ferreira, mulher de Manuel Dias, jornaleiro, residente no lugar de Aboim, Rebordosa. Recebeu Amâncio a 13 de Abril de 1841, que faleceu a 18 de Maio seguinte. No mesmo dia acolheu Delfina, que criou pelo menos até Abril de 1843, altura em que a criança fora transferida para a jurisdição da Roda de Penafiel.

Margarida Rosa, mulher de Vitorino da Silva, moleiro, residente no lugar do Coelho, Cete. Recebeu o menino Valentim a 14 de Abril de 1841, que faleceu oito dias depois. A 27 de Abril acolheu Maria, que faleceu a 2 de Maio.

Maria Dias, mulher de António de Almeida, sardinheiro, residente no lugar de Quintã, Baltar. Acolheu a criança Lucinda a 14 de Abril de 1841, que criou até a devolver à Roda, a 21 de Outubro do ano seguinte.

Maria Nunes, mulher de Manuel Nunes, seareiro, residente no lugar de Eiró, Beire. Recebeu Gertrudes a 16 de Abril de 1841, que faleceu a 25 de Janeiro do ano seguinte.

Maria Rosa, mulher de José Moreira, jornaleiro, residente no lugar do Capelo, Rebordosa. Recebeu Aniceto a 23 de Abril de 1841, que faleceu a 8 de Maio seguinte. A 10 de Maio acolheu a menina Emília, que, conforme nota do assento respectivo, a partir de 11 de Março de 1843, ficaria em definitivo entregue à ama, salvo se a exposta viesse a ser reclamada pelos seus pais biológicos.

Margarida, exposta, solteira, residente no lugar de Guimbra, Rebordosa. Recebeu Felícia a 3 de Maio de 1841, que faleceu a 7 de Setembro do mesmo ano.

Maria Joaquina, mulher de António Pinto, seareiro, residente no lugar de Carreiras Verdes, Louredo. Recebeu Júlia a 29 de Maio de 1841, que faleceu a 10 de Junho seguinte. No dia 11, a mesma ama tomou conta do menino Salustiano, que devolveu à Roda a 30 de Outubro.

Maria Rosa, solteira, residente no lugar da Figueira da Porta, Baltar. Já tinha recebido Belmiro, como vimos atrás, em 1840 (falecido em 1843). Recebia agora o menino Cassiano, a 11 de Outubro de 1841, que devolveu um mês depois. No dia em que devolveu a criança anterior, recebeu a menina Teodora, que faleceu passados nove dias. A 24 de Novembro recebeu Joaquim, que devolveu à Roda a 6 de Dezembro de 1842.

Florinda Rosa, mulher de António de Sousa, pedreiro, lugar da Várzea, Cete. Recebeu Basilissa a 19 de Abril de 1841, que criou pelo menos até Fevereiro de 1843, altura em que a criança seria transferida para a jurisdição da Roda de Penafiel. Regressaria ao Porto a 21 de Outubro de 1844.

(Continua)

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